segunda-feira, 29 de agosto de 2011



O amor da minha vida eu encontrei, tem nome, é de carne e osso. 
Agora falta encontrar alguém com quem possa me relacionar. 
É que o homem da minha vida não cabe em mim e eu não caibo nele. 
Não basta que a gente se queira há muitos anos. 
Não basta nossos namoros, os rompimentos e a teimosia 
de desejar mais daquilo que não há de ser. 
Não presta que ele me visite pra acabar com as saudades e
 fuja correndo de pernas bambas e um bumbo no peito. 
Não importa que eu esqueça meu nome depois, nem que 
me perca num oco, ou que os sentimentos corram de ambos
 os lados, intensos e desarvorados. 
Não basta que haja amor para se viver um amor. 
Eu e ele somos as cruzadas da idade média, 
O Osama e o Tio Sam, o preto e o branco da apartheid.
O falcão e o lobo, o Feitiço de Áquila. 
Seus mistérios me perturbam e minha clareza o ofusca. 
Tenho fascínio pelo plutão que ele habita, e ele vive intrigado 
por minha vênus, e quando eu falo vem, ele entende vai. 
Enquanto ele avista o mar eu olho pra montanha.
 Quando um se sente em paz o outro quer a guerra. 
É preciso me traduzir a cada centímetro do caminho enquanto 
ele explica que eu também não entendi nada. 
Discordamos sobre o tempo, o tamanho das ondas, a cor da cadeira. 
O desacerto é de lascar.
não quero mais o amor da minha vida ocupando 
o lugar de amor da minha vida. ..




Maitê Proença
 
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